26 de outubro de 2016

Iniciativas de Mobilidade Urbana em Lisboa (e arredores)

Um dos vários temas que tem estado na ordem do dia é a mobilidade, quer seja pelas obras de recuperação/melhoramento espalhadas um pouco por Lisboa, quer seja devido a preocupações ambientais e a busca de meios alternativos de locomoção. Desta forma, decidimos trazer-vos um conjunto de iniciativas para uma mobilidade urbana mais sustentável. Algumas já estão em curso, outras prevê-se o seu início dentro de pouco tempo.

Está previsto para o inicio do primeiro semestre de 2017 a primeira rede de bicicletas partilhadas em Lisboa. Para já, o projecto vai começar numa zona piloto da cidade, no Parque das Nações, e mais tarde será alargada ao resto da cidade, anunciou a EMEL. A iniciativa conta ter uma rede com 1410 bicicletas, 940 eléctricas e 470 convencionais, disponíveis em 140 estações. Assim, 92 estações ficarão instaladas no planalto central da cidade, 27 estarão na baixa e zona ribeirinha, 15 no Parque das Nações e as restantes seis no eixo central da cidade, entre a Avenida Fontes Pereira de Melo e a Avenida da Liberdade. Depois de ultrapassados alguns atrasos provocados por questões contratuais, a EMEL avança com o Sistema de Bicicletas Públicas Partilhadas na cidade de Lisboa, num investimento que ronda os 23,09 milhões de euros. O passe anual para a rede de bicicletas partilhadas custará cerca de €36, com os bilhetes diários a rondarem os €10. 

Esta rede de bicicletas partilhadas vem mesmo a calhar porque Lisboa vai investir em ciclovias (150 km de ciclovias pela cidade, mais precisamente), numa iniciativa que deverá estar concluída até 2018. A apresentação do projeto foi feita pelo vereador da Estrutura Verde da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, no âmbito da conferência “Mobilidade Sustentável em Lisboa”. Os 150 km de ciclovias anunciados virão assim juntar-se aos 60km já existentes e vão incluir o eixo marginal, eixo Benfica-Braço de Prata, o Eixo Central, Olivais, a circular exterior do concelho e, ainda, o eixo Alcântara-Luz. “É essencial ter a rede feita o mais depressa possível, articulada com transporte público, bons passeios e estacionamento para as bicicletas”, afirma o vereador. José Sá Fernandes acrescenta que existe a possibilidade de ligações à Área Metropolitana de Lisboa, caso de Loures, Odivelas e Oeiras, através de Monsanto e da zona ribeirinha, uma vez que “muitos dos municípios já têm os troços feitos, às vezes basta uni-los.”

Também a Carris não ficou de fora. Entre Outubro e Janeiro, um autocarro totalmente eléctrico, sem ruído, com capacidade para 88 passageiros e uma autonomia de aproximadamente 88km irá percorrer as ruas de Lisboa. De momento o projecto será testado apenas em duas carreiras: o 706 que passa pelo Cais do Sodré, Santos, Rato, Avenida da Liberdade, Conde Redondo, Estefânia, Praça do Chile e termina em Santa Apolónia, e o 758 que começa no Cais do Sodré, sobe até à Praça do Camões, segue até ao Rato, Amoreiras, Campolide e vai até Benfica. No entanto, há planos para estender esta ideia a mais percursos da cidade. “Tudo isto tem de ser testado para que possa funcionar em pleno numa cidade complexa como a cidade de Lisboa, com ruas muito estreitas, com uma topografia muito acentuada e com velocidades comerciais muitas vezes baixas”, declarou Tiago Farias, presidente da Carris. 

Mais recentemente, a rodoviária de Lisboa (RL) decidiu apresentar um reforço no número de carreiras “amigas das bicicletas”, reafirmando assim o seu contributo para uma mobilidade sustentável, perfazendo agora um total de 18 serviços que permitem o transporte de bicicletas. A iniciativa, desencadeada pela Semana Europeia da Mobilidade 2016, pode ser consultada no site da RL onde se pode verificar quais as carreiras que permitem esse transporte. Neste momento, cerca de 30% da frota permite o transporte de bicicletas a bordo. O objectivo é que, ao longo do tempo, se possa aumentar esta percentagem. 








Estes projectos podem até ser considerados “pequenos”, mas, quando equacionados como partes de um todo, tomam uma dimensão maior. É através de etapas como estas que se tem vindo a liderar a mudança da circulação nas cidades. Por isso já sabem, desculpas como “não tenho bicicleta”, “não há ciclovia para lá”, “quero levar a bicicleta, mas não cabe no carro” vão deixar de fazer sentido quando estas iniciativas entrarem em vigor e se concretizarem.

Sem comentários: